O Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo, e o segundo maior consumidor mundial da bebida, atrás apenas dos Estados Unidos.

A cultura do café foi introduzida no país há quase 300 anos, teve sua produção favorecida pelas condições climáticas características e alavancada pelo aprimoramento técnico constante do cafeicultor brasileiro, que cultiva grãos de qualidade reconhecida no mundo inteiro.

Nesse contexto, o manejo de pragas e doenças nos cafezais sempre foi uma etapa sensível da produção do grão que, por ser cultivado em diferentes ambientes produtivos, de altitude, temperatura e regime hídrico diversos, enfrenta diferentes desafios.

As mudanças climáticas globais também afetam a produtividade do grão, pois podem submeter os cafezais a condições adversas, demandando estratégias de fortalecimento das raízes das plantas para aumentar sua resiliência às possíveis intempéries. Entre as principais estratégias que podem ser empregadas, a aplicação via drench ganhou destaque com o tempo, pois permite uma ação direta e eficiente sobre as raízes das plantas.

Vale lembrar que o café é uma cultura perene que pode ser cultivada em diferentes formas de relevo e tipos de solo, por isso, demanda soluções personalizadas de tecnologia de aplicação e de formulação dos defensivos utilizados em seu manejo.

Devido aos incontáveis desafios, a cafeicultura passou por momentos que revolucionaram toda sua cadeia produtiva, mas, que viabilizaram a produção que, hoje, coloca o Brasil em posição de destaque frente aos principais produtores mundiais.

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Quais são as principais pragas e doenças do cafeeiro?

Doenças como ferrugem e pragas, como bicho-mineiro e cigarra, estão entre os principais inimigos da produção do cafeeiro.

Imagem: Jaymes Hayden, 2021.

O bicho-mineiro (Leucoptera coffeella) é uma praga monófaga, ou seja, ataca apenas a cultura do café. Seus danos podem causar até 75% de desfolha nas plantas e as perdas de produtividade ocasionadas por esse fenômeno podem chegar até 87%, comprometendo não só a safra atual como também as futuras.

O inseto é uma pequena mariposa que deposita seus ovos na face superior das folhas das plantas. Ao eclodirem, as larvas se movem para o interior das folhas para se alimentarem, formando as características lesões em forma de câmara, popularmente conhecidas como “minas”, que dão nome a essa praga e tanto dificultam seu controle, pois servem de abrigo para as larvas.

Seu ciclo de desenvolvimento é acelerado por altas temperaturas e baixa umidade, que favorecem a reprodução e consequentemente o descontrole da pressão da praga nas lavouras. A ocorrência dessas condições é típica do Cerrado brasileiro, que corresponde a uma das principais regiões produtoras de café no país.

A cigarra-do-cafeeiro (Quesada gigas) é um inseto de ocorrência característica em áreas de abertura para novos plantios, principalmente no Cerrado, ou em áreas de montanha, com florestas adjacentes.

Sua fase de ninfa a caracteriza como praga, pois é vivida no solo onde as ninfas, que medem de 2 a 3 cm, se movimentam de forma imperceptível nas raízes das plantas, até que seja notada tardiamente sua presença em forma adulta na parte aérea do cafezal, quando atingem o estágio reprodutivo.

Por se alimentar da seiva das raízes, a cigarra prejudica a absorção e, consequentemente, o aproveitamento de água e nutrientes disponíveis no solo para as plantas. Seus danos se tornam visíveis quando resultam em queda precoce das folhas, clorose das plantas e morte das raízes. Se não controlado, o ataque dessa praga pode ocasionar o definhamento progressivo das raízes, que pode resultar até na morte do cafezal.

A ferrugem do cafeeiro (Hemileia vastatrix) é uma doença causada por um fungo biotrófico, ou seja, que sobrevive somente no hospedeiro vivo das plantas de café, sendo considerada mundialmente como a principal doença da cultura por ser encontrada em todas as regiões produtoras do país.

As incidências mais severas podem ocasionar desfolha parcial ou total da planta, representando perdas que podem atingir até 50% da produtividade, sendo a identificação precoce e o controle preventivo mandatórios no manejo das lavouras.

O desenvolvimento desse fungo é favorecido por uma ampla faixa de temperatura, que pode variar de 22 a 30 °C, bem como por alta umidade relativa do ar, principalmente em períodos noturnos, de baixa luminosidade. Plantios mais adensados e sombreados podem criar microclimas favoráveis ao desenvolvimento da doença.

Os sintomas são caracterizados pelo surgimento de manchas de coloração clorótica-amareladas de 1 a 3 mm de diâmetro na face inferior das folhas. Posteriormente, as manchas apresentam coloração amarelo-alaranjada e podem atingir de 1 a 2 cm de diâmetro, além de apresentar um aspecto pulverulento característico da doença.

Portanto, cultivar café é uma atividade econômica desafiadora. Independente do tamanho ou da localização da propriedade, pragas, doenças e mudanças climáticas representam entraves à produção. Como resposta, o cafeicultor brasileiro sempre esteve à frente nas boas práticas de manejo que, associadas a soluções tecnológicas, possibilitaram um salto de produtividade e qualidade dos grãos produzidos.

Nesse cenário, a aplicação via drench foi um marco na cafeicultura, tendo proporcionado um avanço significativo, principalmente quando combinada à reformulação de produtos tradicionais. Essa combinação de soluções garantiu o fortalecimento das raízes, aumentando o vigor das plantas e elevando o patamar da produção do café brasileiro.

Aplicação via drench: por que usar?

A aplicação via drench consiste na pulverização da calda diretamente nas raízes das plantas, ou seja, aplica-se o defensivo no solo por meio de jato dirigido, ao longo da linha de plantio, sob a saia das plantas de café.

Esse método é conveniente, pois proporciona flexibilidade operacional, permitindo que o cafeicultor não fique dependente de condições climáticas mais favoráveis e não necessite refazer a operação se houver ocorrência de chuvas logo após a aplicação. 

Além disso, é mais assertivo, pois a aplicação via drench é menos suscetível a perdas por deriva e evaporação, evitando a contaminação do aplicador que estiver realizando a operação; e mais rentável, pois diminui a possibilidade de desperdício de defensivo que não atinja o alvo biológico.

Também colabora para a realização de um controle mais preventivo, ou seja, que se antecipe ao aparecimento de pragas e doenças no campo, o que é um cenário ideal quando se trata do controle de doenças fúngicas e da contenção dos insetos ao nível de dano econômico.

Movimento Hora do Drench

Considerando isso, há dois anos a Syngenta criou e mantém o movimento “Hora do Drench”.

Esse movimento consiste na promoção de eventos presenciais, como dias de campo, nas principais regiões produtoras de café do Brasil, visando alcançar cada vez mais produtores, com o objetivo de conscientizar sobre os benefícios da aplicação via drench no manejo integrado de pragas e doenças do café, como parte de um pacote de soluções para aumentar a produtividade dos cafezais.

Mais do que isso, esse projeto também tem o objetivo de transferir os conhecimentos técnicos que a Syngenta vem desenvolvendo há décadas para melhorar a qualidade dos grãos de café produzidos nas lavouras brasileiras, permitindo que o cafeicultor comercialize melhor sua produção.

Além disso, o movimento demonstra na prática que a força de uma cultura está nas suas raízes e, quando associada aos melhores defensivos, a aplicação por jato dirigido oferece um excelente período de controle de alta seletividade e, ainda, a possibilidade de fortalecimento das raízes da cultura, oferecendo maior e melhor proteção contra as principais pragas e doenças da cultura do café por mais tempo.

Formulação WG: a inovação tecnológica que revolucionou o segmento de drench

Até o início dos anos 2000, a maioria dos produtos utilizados para a proteção dos cafezais era de formulação granulada ou em

Esse tipo de tecnologia exigia uma quantidade grande de produto para cada aplicação, o que impunha um desafio logístico por conta do volume de insumos e ainda representava um maior risco à saúde do aplicador, por aumentar a chance de contato direto com o pó.

Na vanguarda do mercado e atenta às necessidades do cafeicultor brasileiro, a Syngenta inovou ao desenvolver tecnologias de formulação que demandam volumes menores de produtos para se obter resultados superiores de controle.

Em 2004, a Syngenta desenvolveu a formulação WG. Essa tecnologia é isenta de pó e consiste em grânulos dispersíveis em água que se dissolvem rapidamente quando adicionados à calda de pulverização, formando uma suspensão de partículas finas

O WG também possibilitou o desenvolvimento de formulações altamente concentradas, que entregam ingredientes ativos na forma sólida facilmente desintegráveis para o alvo biológico, o que, consequentemente, reduziu o volume de insumos utilizados pelo produtor rural e mitigou os riscos à saúde do aplicador devido à ausência de pó.

Com isso, foram desenvolvidos pacotes tecnológicos personalizados para a tecnologia de aplicação via drench, como alternativa de menor custo para aplicar soluções de manejo.

VERDADERO®: a força está nas raízes do café

O fungicida e inseticida VERDADERO® é uma solução provada pelo tempo. 

Desenvolvido há duas décadas, VERDADERO® é um produto de dupla aptidão, composto por uma molécula inseticida (tiametoxam) e uma fungicida (ciproconazol) que, além de garantir o controle das principais pragas e doenças do cafezal, ainda são bioativadoras, ou seja, promovem o fortalecimento das raízes das plantas.

Esse fortalecimento se dá a partir do favorecimento do metabolismo das plantas que, potencializando o desenvolvimento radicular, favorece a absorção e o aproveitamento de água e nutrientes. Com raízes mais fortes, as plantas se tornam mais vigorosas, mais resistentes às intempéries climáticas e ao ataque de pragas e doenças e, consequentemente, mais produtivas e com maior qualidade de grãos.

O efeito bioativador de VERDADERO® ocorre por conta da combinação dos ingredientes ativos que compõem a formulação do produto. O fungicida ciproconazol é conhecido por seu efeito de proporcionar folhas mais verdes, favorecendo o processo de fotossíntese das plantas; e o inseticida tiametoxam é conhecido por seu efeito de bioativação e de hormese, principalmente em plantas de café, favorecendo o desenvolvimento do sistema radicular em todas as profundidades.

Esse último princípio ativo proporciona ainda um longo período de ação residual, pois sua molécula apresenta características de solubilidade e força de adsorção aos coloides do solo, que aumentam sua eficiência dentro do manejo. Além disso, ambas as moléculas apresentam absorção e translocação rápidas dentro das plantas.  

VERDADERO® é um produto que pode ser aplicado independentemente do relevo em que se encontram as lavouras, pois, após ser absorvido pelas raízes, é translocado dentro das plantas via xilema, indo para as folhas e sendo redistribuído via floema por toda a planta até atingir o sistema radicular.

A Syngenta está ao lado do produtor rural em todos os momentos, oferecendo as soluções necessárias para construirmos, juntos, um agro cada vez mais inovador, rentável e sustentável.

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